domingo, 6 de novembro de 2011

A Vanissima Senhora *

Alguém haverá
de gostar
do longo Poema
do Negro poeta.

Prolixo e superficial,
outros dirão (mais
o poeta que sua obra)
enquanto mastigam
a última sobra.

Eu nada direi;
e por pura
covardia
nenhum juízo farei.

Eu só quero
a lanhosa paz
de quando se diz "Sim".
Meu tempo correu
e meu "Não" está
semi extinto.

Abstenho-me
do Absinto,
do Absoluto
e do "Ab (SUS) penso".

Sou apenas
a sombra que vaga,
assustando os incautos
e quem ainda divaga.

Minha antiga insolência
já nada deflagra
e só me resta aguardar:
alguém num Domingo;
Elza, que logo virá fingir
que me banha;
Madalena, depois, que
finge alimentar-me e,
por fim, Helena. Não a
de Troia, "off course".

A todas e a todos
eu espero.
E, também, a quem mais
eu quero: a "Vaníssima Senhora"
que canta o Negro poeta.

Já tenho tantos anos,
que o meu ofício é  só esperar.
Meu tempo é aguardar.

* da poética de Fausto Antonio - Ed. Quilombhoje - Coleção "Cadernos Negros - volume 28"

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