terça-feira, 28 de junho de 2016

Apresento aos amigos e amigas que me dão a honra da visita em meu Blog, o meu livro mais recente ÓPERAS, GUIA PARA INICIANTES.
Em 454 páginas, apresento as Fichas Técnicas e as Resenhas das 30 (trinta) Óperas mais populares em todo mundo, permitindo ao (a) interessado (a) no assunto, conhecer o que de melhor se produziu nessa maravilhosa expressão da Cultura. Espero sinceramente que esse primeiro passo sirva como introdução ao maravilhoso mundo da Arte Superior, onde se juntam o Canto lírico, o Balé Clássico e os efeitos teatrais que transformam os diversos temas em momentos inesquecíveis.
O livro poderá ser adquirido em meu Website oficial www.fabiorenatovillela.com ou através da Website da Editora www.biblioteca24horas.com
A todos, muito obrigado.


sexta-feira, 24 de junho de 2016

A Prostituta


A moça que veste a alma cinza
despe por rotina o corpo inerte,
para que homens vazios
entoem o triste rito
da satisfação tentada.
Em quais lençóis ficaram os sonhos?

terça-feira, 21 de junho de 2016

A Moça da Ponte




A moça que se debruça na ponte
e olha o rio que passa solene,
talvez veja o que eu já vi.

Talvez, ainda lhe acalente
a doce sinfonia que se ouve
naquele passar das águas,
que, um dia, foram limpas
como a esperança que já senti.
Talvez...

Fique em paz, moça que olha
e que ainda crê...

Tomara, que nunca te chegue
a sujidade que hoje eu sei, 
como se fosse uma dura lei.

Lettre la Art et la Culture

domingo, 19 de junho de 2016

A Ave de Arribação



Dizem os crédulos, que é obra dos deuses.
Dizem os incrédulos, que é obra do instinto...

Soberana, a ave de arribação
voa os caminhos que conhece
sem se importar
com o autor de seus rumos.

Importa-lhe ir. Sempre ir...

Talvez, saiba mais que nós outros,
que além da autoria e do próprio rumo,
está no voo que se faz,
a mágica, 
que chamamos de vida.



Lettre la Art et la Culture

quarta-feira, 8 de junho de 2016

LIVRES


Porque a Lua vaga sem amarras
é preciso que todo lirismo seja libertado.
Que seja abolida a censura das rimas
e seja decretado o império do sentir.

Que tenhamos o peito aberto
para que os poemas se abriguem
e que as mãos sejam dadas
porque é do carinho
que nascem as poesias.

Deixemos partir o formalismo tirano
e cultivemos o canteiro das essências,
pois só nele brota o riso, o lamento
e a verdade do sentimento.

terça-feira, 7 de junho de 2016

Tristeza


Há uma tristeza tão grande
nas estantes vazias,
que se pensa que as idéias
sumiram no mundo.
Resta apenas a desolação
em mogno preto
e esse cheiro de abandono
que percorre os corredores
como um fantasma
descrente da própria morte.
E ainda que todos
os adjetivos, verbos e advérbios
tenham impregnado as paredes,
sabe-se que a poesia acabou.
A enseada de Botafogo,
que um Naif, em vão, tenta recriar,
perde a cor aos poucos
e tudo, agora,
é só a branca ausência.


segunda-feira, 6 de junho de 2016

Beth e a Revolução de Verdade


Ainda há tantas marcas em tua face.
E ainda há tanta dor no sorriso tímido
com que tu sempre me dizia: um dia... um dia... Eles ouvirão...

Tanto tempo, moça... Trinta e tantos. Tantos e trintas.
E só agora, nesse Portal que me chegou por acaso,
É que pude te rever.
Só aqui, nesse estranho Portal do acaso,
em que me livro das máscaras que a vida me cobra
e das quantidades que o Mundo me exige.

E tantos te precederam, moça, que, às vezes, 
sinto novamente a dor que nos infringiam,
p
orque ousávamos pensar... Lembra?

Tantas marcas, ainda.

Lutamos o bom combate e tu morreu a boa morte...
A morte por não ceder... A morte por ser inteira...
A morte por saber
que biografias e ideologias
valem mais, muito mais
que esse sórdido apego ao Poder...

A boa morte, de quem não merecia ver
em que transformaram "o sonho socialista" que sonhamos.

Agora, turbas de "inocentes úteis"
vociferam em uníssono: Golpe(!) Golpe(!),
louvando uma pseudo "Esquerda"
e uma falsa "Democracia" que se aliou
 ao pior do "Capitalismo Selvagem",
em torpe conluio com empresários falsários
e nefastos latifundiários.

Invejo-te, companheira. Talvez, aí, tu não sofras esse desrespeito.
Quem passou pelas "salas dos Dops" e, pior, pelas "valas ignoradas"
em defesa da "Democracia de Verdade" não merece esse desrespeito.

Não, nada veja e nada escute.
E nem imagine se a "coragem" de que hoje se jactam
seria mantida nos "Paus de Arara", que sabemos.
(imagine-os com as unhas arrancadas com alicate, como tantos de nós?)
Continuariam?

São tristes esses dias, moça, em que é pouco o perigo
e muita é a petulância de quem se julga revolucionário.
Eles passarão.
Alguns, talvez, bem intencionados e só mal informados.

Mas tu não passará,
pois mais que uma vitima,
você se fez estandarte da coragem real contra inimigos reais.
Não, tu não passará,
face bonita de todos nós, os "dinossauros de 1964".

Porém, moça, não se demore nessa visita.
É tempo de curar as feridas que a vida e a Tirania te fizeram.
Por muito tempo perdi o teu rosto,
Mas, hoje, tu mo devolveu.
E, junto dele, o tempo
em que tudo existia de verdade.
É hora de ir.

Para Beth, torturada e assassinada pela Ditadura Burguesa e Militar que vigorou no Brasil a partir de 31 de Março de 1964.

domingo, 5 de junho de 2016

Moça-Flor




Porque há em teu abraço
a dimensão doutro espaço,
giras o Mundo
no Tempo segundo. 

As cores de tuas ofertas
cobrem com refúgios e cobertas
as mágoas semi-despertas.

Por isso, chamar-te-ei "Fada dos seis Livros",
pois tens o calor dos corpos redivivos,
a pena, o papel e o talento
das lutas do sorriso, 
contra lamento.

Saber-te é crer no renovar
e no novo que há de chegar.

É crer em outra vida qualquer,
já que és Primavera-Mulher.