sexta-feira, 2 de março de 2012

As Marcas

Velhas marcas
contam o Tempo
de quem já
não vem.

Restou o que ficou:
o peso de uma mão,
aberta como o caminho
de quem andou
e terna
como o gosto de
quem se doou.
Gosto de um lábio
indeciso no sabor,
mas vermelho na paixão
de quem nunca amou.
Acre cheiro que não sai
dessa saudade que não vai.
Velhas marcas do Amor
que em corpos se desenhou,
pois eis que almas
foram trocadas
em tapetes
e camas aladas.

Velhas marcas
tatuadas no peito
escrevem o epitáfio
do sonho assassinado.
O amor foi calado.

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