domingo, 29 de janeiro de 2012

Tânatos

Temo o anjo torto
que me espreita
atrás da porta.

Temo suas garras afiadas
que me levarão ao Hades.
Fim e destino
de todos os desatinos.

Sei que me vigia
à espera de qualquer vacilo.
À espera
do próximo bacilo.

Eu queria não ter errado.
Estar livre de pecado,
mas por imposição
da Economia de Mercado
tanto eu quis que fiquei
só mais um gado,
engravatado e plastificado.

Cumpri minha sina
e por isso arcarei
com o castigo da Lei.
Contudo, enquanto cá estou
viverei a petulante
liberdade
de contestar a
"Pura Verdade".

Depois, eu não sei.
Que Zeus faça a sua vontade.

Mas que tenha em meu julgamento
a tolerância e a generosidade
de Quem já viveu
uma outra Eternidade.

Um comentário:

  1. Muito bonito poeta. Uma fusão de mitologias com a realidade do cotidiano. bj e abraço,

    tua fã

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