quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Arabesco

Chora a Lua,
violada pelo gênio burlesco,
da reta noite
sem arabesco.

Madrugada de
bares fechados
e de poetas calados.
De lanhos carneiros
de trinta dinheiros,
que buscam os perdões
de rudes bandoleiros,
enquanto suspiram
pelos dotes dos taifeiros.

Valsa a Rainha Louca,
pois toda tolice
será pouca
nessa noite
de pernas cerradas
das mulheres mal-amadas.

Noite da gente comum,
que repete lugares-comuns;
a primícia do Oceano de clichês
elevados à sapiência
de trágicos michês.
Orgulho e glória
do povo sem história,
do povo sem memória.

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