quinta-feira, 5 de maio de 2011

Atlante

Lá longe ficou
o frio da serra,
e as gorjetas
de tantos horrores.
As tantas dores
e os indevidos amores.

Agora aqui,
tanta mágoa´
e esse barco/corpo
que náufraga.
O eterno temor
do sabido tumor.

Restaram-me
alguns versos,
alguns verbos
e mais substantivos
que adjetivos,
nas coisas que
escrevi
e não li.

As coisas
de sempre:
as esperas,
a tortura
das esperas;
a demora,
o bota-fora
e a não vinda,
por Culpa do Sistema,
senhor...
Senhor!?
Senhor de quê?
Da inútil quimera
e do Pesadelo
das utopias abandonadas...

Carrossel sem fim,
de coisas assim.
As insônias sem fim,
por coisas assim.

A dor logo passa.
Creio na graça
de Iemanjá, dos Orixás
e da Santa Morfina,
por quem rezo
em surdina.

Não sei o fim
dessas latinas lendas,
perdidas nas gregas
calendas.

Poços ficou distante.
E é tão inútil
qualquer Rocinante,
que eu nem vi
o mar de Atlante.
Findou o rio que
eu navegava,
mas o mar de Platão
não estava.

Perdido mar Perdido.
Como um "Si" em
sustenido,
ao longo desse
parto
invertido.

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