sexta-feira, 25 de março de 2011

Fases

Lua quase cheia,
em três fases e meia.

Noite sem fantasmas,
sem riscos, sem miasmas,
como essa insônia
refletida no cristal da Saxônia.

Noite de todos os jardins,
de bêbados serafins
e daquele rouxinol
que canta o amor sob o lençol.

Céu estrelado
como diamante partido.
Como amor reavido
no dia não nascido.

Noite de música distante
e de sonhar cada instante.
Noite de velejar Cervantes
nos mares de antes,
pois se sabe da amada
no perfume na sacada.

                                   Para N.

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