CAPÍTULO 06
Na manhã de 08 de agosto fui alertado por minha ex-mulher
de que o meu travesseiro estava recoberto de cabelos. Já tinha notado, há
alguns dias, que estavam opacos, mortos. Sabia que estavam para cair, no
entanto, naquele dia iríamos almoçar na casa de um amigo e não seria apropriado
chegar à festa completamente careca. Assim, ao lavá-los, o fiz com bastante
cuidado. Temia que caíssem justamente naquele dia. Mas só temia para aquele
dia.
Na verdade, eu até ansiava pela calvície, pois ela me
identificaria como doente e quando voltasse à Unicamp não me sentiria diferente
dos outros. Afinal, se tive que abandonar o grupo dos sadios, queria entrar no
de doentes. Somos animais sociais, sem dúvida.
No dia seguinte, a alopecia (ok, alopecia = careca) acentuou-se a tal ponto que o vento, quando
eu ia para a loja, formava em torno de minha cabeça uma espécie de auréola.
Certamente que não era a morte. Eu não passaria à condição de anjo, por motivos
óbvios...
Você pode continuar sua leitura, em exemplar impresso ou em E-book, no Link abaixo:
https://www.clubedeautores.com.br/book/136272--Sobrevivendo_com_o_Cancer_Linfatico
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