Chegastes suave como o orvalho e então eu soube que tu eras o jasmim recém colhido, que o Rouxinol anunciara no canto primeiro da aurora.
quarta-feira, 10 de outubro de 2012
Calar
Indecisa,
sinto que me chega a lágrima,
por tanto retida.
Contudo, logo a barragem se quebra
e vindo pelo tempo
ouço Blake* dizer que
"a fonte transborda".
Choro pelo silêncio que
inesperado se fez.
E o Coro da muda dor
ressoa a angústia que grita.
Sei inútil engolir a mágoa
que já não me cabe no peito,
tampouco buscar entender
onde errei.
Quem dera inexistisse o calar,
pois nele está a anti-poesia
e a condenação sem defesa.
Que tudo fosse dito
e a cumplicidade do Verbo
fosse restaurada, já que está
na Palavra a luz do Mundo.
Mas agora, só resta procurar
a Estrela que se foi pelo Céu
e esqueceu de me dizer
onde encontrarei um novo amor.
* Homenagem pouca, ao poeta inglês William Blake.
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Entendo tua dor pelo silêncio que não se quebra, poeta amado. Também eu, tanto espero o telefone que não toca. Um abraço e um beijo com muito carinho para voce, anjo meu.
ResponderExcluirLilian