segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Bolero

Caminho de
silêncio,
o rio leva
no lombo,
uma carga
de quietude
que só periga
com o som
d'algum queixume,
d'alguma prece
em murmúrio
pelas Graças
em perjúrio
do explícito augúrio.

Outro romeiro
navegará rio acima
em busca do milagre
que não veio.
Rio perene
da esperança
que não finda.
Acreditará,
ainda...

Ouve-se o *Bolero,
síntese de Sísifo
que se repete.
Do Homem
que se repete...

* Da obra de Ravel

Um comentário:

  1. Meu amor, o Bolero é tão lindo quanto a tua sensibilidade. Bolero que nós dois amamos. Romeiro? Quem sabe, ele já não conseguiu o milagre de uma nova vida??

    Amo você!
    Beijos, Sua Cristina.

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