domingo, 24 de outubro de 2010

Ressentidos

Olhares de ódio
repetem o conhecido episódio
de cobrar de outrem
a felicidade que não se tem.

Restou-lhe insonssa ceia
e a vontade de carne alheia.
O que lhe foi dourado
virou segredo bem guardado.

Por onde andarão as Musas,
as flores,
os licores,
as uvas
e certas caricias além das luvas.

Que outro banquete é este,
em que cada conviva é mero enfeite
de noites sem deleite.

Que tempo é este
em que ameaças
são meras trapaças

e se sente a juventude partir,
a beleza decair
e a cada instante
o amor mais distante?

É o tempo do ódio,
do aperto do nó górdio
e do trágico drama
de faltar alguém na cama

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