sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Fim

Vejo velho sarcerdotes
carregarem mil archotes.
Estranha procissão,
sem prece ou oração.

Cansaram de pedir
e Ele de ouvir.
Não há o que dividir
na seca terra de parir.

Dizem-me: Homem de curta história,
perdido nessa Era transitória,
acabou o fogo que lhe deu
o trágico Prometeu!
Inútil o Canto de Orfeu
ou a valentia de Odisseu,
por ti, tudo se perdeu.

Agora é tempo
dos gestos escusos,
dos homens reclusos
e dos safos abusos.

Caminha Cartáfilo errante
em busca do Paraíso de Dante,
sem perceber que só o escuro,
se avista depois do muro.

Findou-se-lhe a poesia.
O mar, a maresia.
E a espera por quem se queria.

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