sábado, 25 de setembro de 2010

Dezembro, 12

De novo a insônia
e o terror da Macedônia.
De novo o banzo de escravo
e a solidão de sozinho eslavo.

Falta-me o Sol latino
de quando se é menino.
Faltam-me a utopia quimérica,
a tragédia homérica
e o Luar da América.

Aos treze fui banido,
preso e torturado,
pois não fui amestrado
na arte de ficar calado.

E foi no dia do aniversário
que o carrasco sanguinário
calou meu verso contrário.

Por isso essa data.
Esse choro que não desata,
essa dor que maltrata
e esse amargo gosto
de que me falta um rosto.

Para Beth.
Rio, 12-12-1978

Um comentário:

  1. Bela poesia Fábio, gostei do blog e do seu estilo.
    São muito ricas suas obras.
    Grande abraço e sucesso!

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