domingo, 4 de julho de 2010

Mago

Foi-se a luz da luz,
o deus doutro Jesus.
Foi-se um amarelo de cegueira
em uma pétrea jangada sem fronteira.

Foi-se Joana Carda
e o vazio já não tarda.
Foi-se o texto sem pontos
do gênio de mil contos.

Foi-se o perfume de um lar
e a poesia de algum luar.
Foi-se a mais fina ironia
e restou essa dor, essa agonia.
Uma lágrima à revelia.

Orfãs palavras sem afago,
morreu-lhes Saramago

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