VEDAS
– escritos por
volta de 1200 AEC, são as “Escrituras Sagradas” das
manifestações religiosas na Índia. São os primeiros monumentos literários dos
hindus e estão dentre os mais antigos da Humanidade. É o arcabouço mais arcaico
da religião que se chama ora de HINDUISMO, ora de BRAMANISMO.
São
divididos em quatro partes, a saber:
1.
RIG-VEDA,
2.
SAMA-VEDA,
3.
YAJUR-VEDA
(subdividido entra “Branco” e “Negro”)
4.
ATHARVA-VEDA.
Seus
escritos são baseados na memória coletiva sobre deuses tribais e cósmicos,
tanto dos autóctones quanto dos ARIANOS e alicerçam todo modo de vida
individual e social, além dos aspectos religiosos propriamente citados.
Cada
um dos ramos dos VEDAS é formado por um conjunto de textos, escritos em épocas
diversas, conforme abaixo:
1.
SAMHITAS
(c. 1300/1000 AC),
2.
BRAHMANAS
(c. 872/772 AEC),
3.
ARANYAKAS
(c. 900/600 AEC),
4.
UPANISHADS
(c. 800/200 AEC),
5.
MAHABHARATA
(c. 400 AEC/400EC),
6.
RAMAYANA
(c. 274 AEC), PURANAS (c. 350 EC e depois)
7.
TANTRAS
(c. 527 EC e depois).
VEDANTA
– em sentido
literal ampliado esse termo significa o fim ou o coroamento dos VEDAS. Também é
chamada de UTARA MIMANSA* (Investigação Posterior).
No
principio, designava o conjunto de doutrinas encontradas nas UPANISHADS*, haja vista que as
mesmas estavam colocadas nos finais de cada um deles. Com o tempo, nos
primeiros séculos de nossa Era, tornou-se o nome de um Sistema Filosófico que se
opunha às outras Escolas e, especialmente, à SAMKHYA* e à YOGA*.
A
história mais antiga do VEDANTA foi
perdida e a mais remota obra do “Vedanta
Posterior”, conforme alguns é BRAHMA-SUTRA, de BADARAYANA, que cita textos
e autores mais antigos. Contudo, estas citações também foram abandonadas,
sobretudo após os Comentários feitos pelo filósofo SANKARA* (788-820).
O
Sistema Filosófico VEDANTA pode ser
dividido entre “Pré Sistemático” e o “Vedanta Sistemático”.
No
primeiro caso é onde se encontram as UPANISHADS
e em relação ao segundo há certa corrente que afirma que o mesmo só foi
iniciado com o grande Filósofo SANKARA.
A
afirmação de que ATMAN=BRAHMAN
(ou seja, a
alma humana e o principio criador são idênticas e inter-relacionadas) é a mais incisiva afirmativa
deste Sistema; mas, mesmo ela foi alvo de várias contestações dentro do VEDANTISMO,
o que originou constantes reformulações.
Apesar
da magnitude da obra do filósofo SANKARA, centrada na religiosidade racional e
distante dos misticismos e superstições, estas possibilidades não se esvaíram
totalmente e durante vários séculos após SANKARA, outros estudiosos elaboraram Sistemas paralelos que permitira ao VEDANTA
distinguir-se de outras tendências filosóficas que se esgotaram logo nos primeiros
comentários.
O
VEDANTA, ao contrário, teve no Racionalismo e Monismo de SANKARA a sua
pedra de toque, mas não deixou de se enriquecer com outras visões sobre as
questões existenciais.
Embora
seja uma tendência ortodoxa (ou
seja, estritamente baseada nos VEDAS),
o VEDANTA pode ser dividido em cinco sub-escolas:
1.
KEVALADVAITA*,
2.
VICHISTADVAITA*,
3.
DVAITADVAITA*,
4.
DVAITA*,
5.
SUDDHAVAITA*.
A primeira, fundada por SANKARA,
prega o Monismo rigoroso, ie, a identidade
absoluta entre o Universo e BRAHMAN. É a tendência mais aceita e prestigiada.
Interpretando o BHAGAVAD GITA e as UPANISHADS, SANKARA prestou grande contribuição
ao HINDUISMO e a uma visão mais ampla da filosofia indiana.
O Filósofo persiste na humilde
consciência que a identificação (de BRAHMAN*-
o Ser Supremo) excede o poder de compreensão e de expressão do ser humano
e, portanto, qualquer afirmação sobre o assunto é prejudicada pela própria limitação
da Linguagem.
Qualquer afirmação ou qualquer
negação sobre a “Verdade Absoluta” será
contraditória. Por isso, NET (não), NET, NET,
é tudo o que se pode dizer quando se especula sobre o “Absoluto ou BRAHMAN”, pois sobre Ele nada pode ser
explicado com as palavras. Só se pode dizer que Ele não é isso, não
é aquilo etc.
VEDANTA
SUTRA – tratado filosófico
escrito por VYASADEVA* para determinar a conclusão de todos os VEDAS.
São textos filosóficos que alguns
consideram esotéricos, mas que, em síntese, tratam de temas que também são comuns
à filosofia ocidental, tais como a origem, o destino e a essência dos seres humanos.
As UPANISHADS também são tradições religiosas que correram em paralelo
com o BRAHMANISMO*, desde o inicio do
Período VÉDICO. Porém, davam ênfase
ao desenvolvimento espiritual que pudesse advir dos rituais e não aos rituais
em si, como era característico na religião dos BRÂMANES*. Visavam fomentar os
chamados “Estados Ideais” do “Ser Interior”, oriundos das meditações e das práticas
preconizadas pela YOGA*.
Nas UPANISHADS, o conceito de BRAHMAN* avança para além dos ritos
e passa a abranger tudo que há de físico e de metafísico. Esse conceito, aliás,
adquiriu enorme importância no hinduísmo posterior.
Como em outras vertentes do
hinduísmo, as UPANISHADS apregoam a
renúncia ao Mundo Físico como o único e certo caminho para se chegar ao “Verdadeiro Conhecimento” sobre BRAHMAN* e sobre a futilidade dos
desejos e ambições terrenas; assim,
adquirido tal conhecimento, escapa-se da ilusão de MAYA* e da SAMSARA*.
Também propõem uma especulação
mais racional e menos supersticiosa sobre a religião e sobre a condição do homem
no Universo.
São textos vigorosos que rechaçam
a idolatria de outras correntes do hinduísmo e reafirmam a validade dos ensinamentos
dos VEDAS*, dentre os quais, aqueles
que pregam a existência do “Eu” imutável que reencarna conforme
o seu KARMA*.
As UPANISHADS estão escritas nos finais dos VEDAS e o número das mesmas
varia conforme os eruditos. Para alguns são cento e oito, para outros são trezentas.
Contudo, onze delas são consideradas, consensualmente, as mais importantes. São
elas:
1.
ISHA,
2.
KENA,
3.
KATHA,
4.
PRASNA,
5.
MUDAKA,
6.
MADUKYA,
7.
TAITTIRYA,
8.
AITAREYA,
9.
CHANDOGYA,
10. BRHADARANYAKA
11. SVETASVATARA.
As UPANISHADS tiveram influência
importante na filosofia Ocidental e em certo casos, como no de Schopenhauer,
foram decisivas.
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