Antígona
Sófocles – c. 496/406
Personagens:
1. Antígona
2. Coro
3. Creonte
4. Eteócles
5. Eurídice
6. Hermon
7. Ismene
8. Megareu
9. Mensageiros
10. Polinice
11. Tirésias
Resumo
Se alguém perguntar quem foi Antígona que respondam: foi aquela que morreu pouco antes de Tebas...
Após a queda de Édipo, o trono de Tebas deveria ficar com um de seus filhos, Eteócles e
Polinice, sendo que cada um reinaria pelo prazo de um ano, em sistema de
rodízio. Porém, Eteócles não cumpriu o acordo e exilou Polinice que foi
residir em Argos. Lá, ele conseguiu convencer o rei argivo a guerrear
contra Tebas, mas antes que a guerra se iniciasse
efetivamente, Polinice desafiou Eteócles para um duelo, cujo vencedor tomaria o trono tebano definitivamente.
Essa modalidade de
luta, “o duelo singular”, era comum na época, mas o que realizaram foi
mortal para os dois, pois ambos caíram sob os golpes do irmão adversário.
Com a morte dos herdeiros, a vacância no Governo foi preenchida por
Creonte, irmão de Jocasta, cunhado de Edipo, tio dos duelantes e de suas irmãs, Antígona e
Ismene.
Seu primeiro ato de Governo foi entregar o comando das Armas
Tebanas ao seu filho Hermon, noivo apaixonado de Antígona. E o jovem
comandante usa seu talento e consegue romper o cerco e desbaratar o
inimigo Argivo que viera acompanhando Polinice.
Enquanto isso, Creonte baixa seu segundo decreto: proibir que o
corpo de Polinice receba qualquer celebração fúnebre e que seja
sepultado conforme os ritos habituais, pois alega que ele foi um traidor de sua pátria.
Entrementes, o povo que se excedia nas comemorações pela vitória
frente aos argivos (o que fez o Exército a avançar atropeladamente atrás
dos inimigos fugitivos) começa a externar a sua revolta contra Creonte pela destrato ao principe Polinice, fazendo com que Antígona expresse às claras seu
inconformismo com tal medida, pois, o sepultamento é uma “Lei
Divina”, superior, portanto, a qualquer édito humano.
E que, além disso,
é uma desumanidade deixar o defunto entregue às aves e aos cães, mas
Creonte se mantém irredutível e Antígona parte para o confronto direto afirmando que fará o sepultamento e as cerimônias relativas, ainda que
isto lhe custe a vida.
Assim decidida e após pedir em vão o auxilio de sua irmã Ismene; Antígona burla a vigilância
da guarda e consegue realizar o féretro e os votos.
Contudo,
após uma breve investigação sua ação é descoberta e Creonte determina que ela seja presa em uma caverna, sem
qualquer conforto, sem qualquer companhia e sem a própria luz do Sol, até
que morra.
Foram inúteis os argumentos que Antígona repetiu-lhe acerca
da desumanidade e da impropriedade de se colocar a frente das Leis
Divinas (ou da Constituição em tempos de Estados laicos) a vontade de um
sujeito, mesmo (e inclusive por isso) que ele seja um Ditador. O rei Creonte mante a sua disposiçao e a severidade do castigo.
Mas se a proibição de enterrar Polinice já não tivera a unanimidade da
população, agora, o castigo impetrado contra Antígona também não é
aceito por grande parte do povo. E se o povo não pôde externar seu
repúdio, o mesmo não se deu com Hermon que ao saber do castigo imposto à noiva
enfrentou a prepotência do pai e acabou sendo destituído por ele do
comando das tropas.
Foi substituído por seu irmão Megareu, cuja
inabilidade contribuiu para que os ventos da guerra virassem a favor dos
argivos que passaram, então, a vencer os tebanos.
Nesse ínterim, Creonte recebe a visita de Tirésias, o famoso adivinho
grego, que lhe fala de seus terríveis presságios enquanto faz uma severa
critica à ingenuidade insolente do rei que não percebeu que a guerra tem
novo vencedor e que seu reino está fadado a um triste e rápido fim se ele não ouvir os sábios
conselhos de perdoar Antígona e recolocar o Exército sob o comando de
Hermon.
Movido por esse alerta e pela voz da parcela mais sábia da
população, representada pelo Coro, Creonte considera esses caminhos, mas
só se decide após ouvir de um mensageiro que Megareu tombou em combate,
assim como grande parte das Forças tebanas.
Apressadamente vai em
direção à gruta onde Antígona fora trancafiada com a finalidade de libertá-la. Enquanto segue para lá,
Eurídice, sua esposa e mãe de Megareu e de Hermon, ouve do mensageiro a
funesta noticia e entrando no Palácio antecipa premonitoriamente a morte
de Hermon, após o que, suicida-se.
Ao chegar à caverna, Creonte distingue uma voz de homem e a identifica
como sendo a de Hermon. Rapidamente adentra e se depara com a visão
trágica de Antígona morta, ja que a jovem se suicidara em uma forca feita com seu
próprio cinto.
Em desespero, insano, o rei ainda pede o auxílio de
Hermon, mas dele só recebe uma cusparada no rosto e vários impropérios.
Na seqüência, o jovem saca de sua espada e tenta matar o pai que foge
covardemente. Hermon, louco de amor, de dor, suicida-se também,
com a própria espada.
Resta a Creonte voltar ao Palácio e lá receber a noticia do suicidio de sua esposa Euridice. Em questão de horas morreram seus dois filhos, a mulher e a futura nora. O preço da ambiçao tornou-se impagável e sem alternativa coloca-se ante o avanço das tropas inimigas.
Oferece-se em holocausto e junto dele, Tebas também morre.
As Tragédias e o Clássico
Normalmente ao se falar das Tragédias Gregas também se diz que são
Clássicas, mas não é raro que um iniciante na aquisição de Cultura, após
ter lido um das mesmas se pergunte: clássica, por quê? É uma história
banal que eu já vi na televisão, ou no cinema, ou num folhetim qualquer.
Nessa altura não conseguem inverter o eixo da questão e entenderem que tudo aquilo que já se viu na televisão, no cinema ou em folhetins e em outros livros são meras cópias desses “originais”, chamados de “Clássicos”. Que são "Clássicas" justamente por serem a matriz, o modelo de quase tudo que se produziu em termos de arte literária e/ou teatral e cinematográfica e televisiva. E que a parte que não abrangem é coberta pelas outras obras “Clássicas”, como a “Ilíada”, a “Odisséia” “Eneida” etc.
Porém com o acréscimo cultural que a Literatura proporciona, esse iniciante passa a entender que também são "Clássicas" por que são permanentes, imutáveis, ao contrário de suas cópias que atendem às exigências do modismo relativo ao tempo em que são produzidas.
E com o avanço de seu aculturamento compreende que também são chamados de “Clássicos” por contarem histórias comuns, mas de modo esplêndido, atendendo as diretrizes da rima, da métrica, da fluidez, da concisão e principalmente atendendo à beleza que a história humana pode ter.
E é esse o principal mote desses "Clássicos". A história do homem em todas as suas nuances: seu heroísmo, sua grandeza, sua mediocridade, sua covardia, suas virtudes, seus vícios e tudo mais que ao longo de mais de cinco milênios se manteve intacto: o espírito humano, que a par das inovações tecnológicas continua a agir como o que nos contam os grandes autores.
Por fim, é oportuno esclarecer que as resenhas que aqui serão publicadas não tem a presunção de substituir os textos originais e nem seria admissível qualquer tentativa de suprimir ao leitor o prazer de saborear as delicias que Eurípedes, Sófocles, Ésquilo legaram ao Mundo.
Pretende-se com esse guia ser apenas uma introdução ao que o texto original trará. E ser uma vitrine onde serão expostas as obras que certamente estão entre as melhores que gênio humano conseguiu produzir.
São Paulo, 24 de Janeiro de 2011
Nessa altura não conseguem inverter o eixo da questão e entenderem que tudo aquilo que já se viu na televisão, no cinema ou em folhetins e em outros livros são meras cópias desses “originais”, chamados de “Clássicos”. Que são "Clássicas" justamente por serem a matriz, o modelo de quase tudo que se produziu em termos de arte literária e/ou teatral e cinematográfica e televisiva. E que a parte que não abrangem é coberta pelas outras obras “Clássicas”, como a “Ilíada”, a “Odisséia” “Eneida” etc.
Porém com o acréscimo cultural que a Literatura proporciona, esse iniciante passa a entender que também são "Clássicas" por que são permanentes, imutáveis, ao contrário de suas cópias que atendem às exigências do modismo relativo ao tempo em que são produzidas.
E com o avanço de seu aculturamento compreende que também são chamados de “Clássicos” por contarem histórias comuns, mas de modo esplêndido, atendendo as diretrizes da rima, da métrica, da fluidez, da concisão e principalmente atendendo à beleza que a história humana pode ter.
E é esse o principal mote desses "Clássicos". A história do homem em todas as suas nuances: seu heroísmo, sua grandeza, sua mediocridade, sua covardia, suas virtudes, seus vícios e tudo mais que ao longo de mais de cinco milênios se manteve intacto: o espírito humano, que a par das inovações tecnológicas continua a agir como o que nos contam os grandes autores.
Por fim, é oportuno esclarecer que as resenhas que aqui serão publicadas não tem a presunção de substituir os textos originais e nem seria admissível qualquer tentativa de suprimir ao leitor o prazer de saborear as delicias que Eurípedes, Sófocles, Ésquilo legaram ao Mundo.
Pretende-se com esse guia ser apenas uma introdução ao que o texto original trará. E ser uma vitrine onde serão expostas as obras que certamente estão entre as melhores que gênio humano conseguiu produzir.
São Paulo, 24 de Janeiro de 2011
Digitação e montagem de Taís Albuquerque, desde a Serra de São Domingos, no Sul de Minas.
Bom dia, senhor. Cumprimento-vos por estar dando oportunidade aos nossos jovens de conhecerem os grandes clássicos e a literatura sadia. Nessa epoca de tantas obras vergonhosas e mercenárias é ótimo poder assistir aos superiores espetcaculos. Parabens e muito agradecida.
ResponderExcluirAmanda Zuleide de Arroyo y Ortega - das Ilhas Canárias.