terça-feira, 9 de abril de 2013

GANESH (A), o Deus Elefante -

O nome GANESH vem dos radicais “GAN” e “ISH” que levam ao seguinte significado: “deus dos porteiros e dos guardiões”.

O deus com cabeça de elefante, depois de KRISHNA, talvez seja o deus mais popular no Oriente, e até no Ocidente é possível encontrar sua imagem nas ruas, casas e lojas. 

Provavelmente de sua crença é que se originou a nossa superstição de colocarmos um enfeite em forma de elefante com as costas viradas para a porta. 

Para os hindus a adoração tem suas razões. Ao lado de seu inseparável companheiro, o Rato (que tudo rói e simboliza a capacidade de remover obstáculos), GANESH é considerado o protetor dos negócios, além de ser capaz de atrair a boa sorte. Por isso, costuma ser louvado antes do inicio de qualquer empreendimento, seja ele comercial ou até matrimonial, quando, então, pede-se o seu auxílio antes do primeiro encontro do casal para que o relacionamento seja o mais harmônico possível; pois, vale lembrar, os casamentos eram tratados (e ainda são, nas regiões mais remotas e nas Castas mais baixas) como um simples negócio entre duas partes. 

Ele aparece com mais de cem nomes, dentre os quais se podem citar: GANESA, GANEÇA, GANNAPATI, ou ainda VIGHNESHVAR, VIIGHNAHARTA, entre outros, e segundo a mitologia, sabe-se que GANESH nasceu num monte do Himalaia,  sendo filho de PARVATI* e de SHIVA*, um dos casais mais adorados pelos hindus. 

Quando nasceu, GANESH não tinha a sua famosa cabeça de elefante. Segundo uma versão, ele ainda estava no útero da mãe, quando o pai saiu para meditar sem saber que o gerara. Dessa forma, GANESH nasceu na ausência de SHIVA. Os anos se passaram e GANESH cresceu como um menino obediente e gentil. Ajudava a mãe nas tarefas e a protegia dos perigos. Certo dia, enquanto PARVATI tomava banho, o menino ficou de prontidão para vigiar a residência. Nesse momento, SHIVA retornou de sua demorada viagem de meditação e, saudoso, entrou rapidamente, mas como o rapaz e o pai não se conheciam, GANESH barrou-lhe a passagem e lhe fez várias ameaças. SHIVA ficou tão furioso que o “terceiro olho do poder” apareceu em sua testa e brilhando como o fogo atingiu o menino que teve a sua cabeça arrancada do corpo. 

PARVATI escutando o barulho foi ver o que ocorria e desesperada disse a SHIVA que ele tinha matado o próprio filho, mas Shiva a tranquilizou lembrando-lhe que aquilo era impossível, pois GANESH era um deus e, portanto, imortal. Sabendo, então, que o menino estava só desmaiado, o pai saiu em busca de uma cabeça para colocar no lugar daquela que destroçara. Após muita procura, encontrou um filhote de elefante e lhe cortou a cabeça colocando-a em GANESH. 

Outra variante conta que PARVATI foi a responsável pela aparência do filho. Ela considerou que se seu filho tivesse um rosto de elefante, apenas as pessoas mais espiritualizadas o reconheceriam como um “Ente Divino”

Outra lenda conta que GANESH sofria do “Mal dos olhos de Saturno”, o “deus dos Sábados”, que porta uma energia negativa e a lançou sobre o menino decapitando-o. Foi então que Shiva* colocou-lhe a cabeça de elefante. 

Outra história conta a origem de outras habilidades de GANESHA. Segundo ela, um sábio chamado VIASA* queria compor um lindo poema para contar a história de seu povo e ensinar-lhe a viver com mais sabedoria, mas o poema seria tão longo que ele orou para que GANESH o auxiliasse. O deus se apiedou e foi lhe ajudar. 

Acertaram que GANESH escreveria as falas do sábio com uma condição: o ancião não poderia parar de recitar seus versos, senão o deus se entediaria e interromperia sua ajuda. O velho aceitou, mas começou a recitar tão depressa que GANESH foi pego desprevenido e teve que quebrar um de seus dentes para usá-lo como pena. O sacrificio, contudo, teve um resultado excelente, pois dele resultou a origem do épico MAHABHARATA* e GANESH tornou-se o “Deus da Sabedoria (Atená grega? Apolo?) e do Conhecimento” e o guardião da Literatura, passando a ser considerado sábio, ponderado e bem versado nas Sagradas Escrituras. É a “Sabedoria Divina”. 

Outra história demonstra uma nova face de sua sagacidade ao narrar uma corrida entre ele e seu irmão mais novo SKANDA*. Venceria quem primeiro desse uma volta ao redor do mundo. SKANDA montou em seu pavão e partiu. GANESH, porém, montou em seu rato e deu uma rápida volta em torno de SHIVA e de PARVATI, dizendo que eles eram o Universo. Assim, ganhou a aposta. 

Conforme os eruditos, além de revelar sua esperteza, essa lenda também explica o motivo pelo qual GANESH é sempre o primeiro deus a ser adorado durante os cultos; afinal, foi ele quem compreendeu o “Espírito do Mundo”. 

Nas cerimônias que lhe são dedicadas, os fiéis louvam-no com incenso, flores, água (signo da purificação) e muitos doces. As guloseimas, feitas de farinha de grão de bico, manteiga e açúcar não podem faltar, pois seu apetite por essas delicias é enorme. Tanto que ele é sempre representado carregando diversos doces. 

Os rituais também não podem deixar de ter o MANTRA: “OM SRI GANESHAYA NAMAHA*” que são recitados nos vários templos que lhe são consagrados, dentre os quais se destaca o de MOMBAY* (ex Bombaim) que é imenso e fica ao lado do templo de LAKSHIMI* e o situado na cidade de VARANASI* onde existe o costume dos estudantes rezarem ao pé de sua imagem para pedirem sua ajuda nos exames e nas provas.

É, como se vê, um deus que participa ativamente do cotidiano de seus fiéis e essa proximidade é que lhe torna tão popular.

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