quarta-feira, 13 de março de 2013

Tempo Tempestade


O mênstruo da tempestade
revela os pecados da cidade.
"Bocas de lobo" regurgitam
os crimes não digeridos
e os corpos corrompidos.

O vento açoita meu rosto
e sinto o arroto, escroto, esgoto
donde transbordam os rancores.
É suja a enxurrada que arrasta
as crenças derradeiras
das mulheres carpideiras.


Os rugidos da celeste besta-fera
condenam os pecadores
e as blasfêmias que lhes são devolvidas
são caladas pelo vento navalha
nas mãos do pastor canalha.

Estão úmidos os olhos do Mundo.
Choram os erros
e temem os castigos.
Danaram-se os abrigos
e nos afogam
as águas de Jobim.
As águas do fim.

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