segunda-feira, 11 de abril de 2011

Travesseiros

Dividiram-se as noites
e só restaram
travesseiros
e sonho separados,
além dos desejos
culpados.

Teu lado
está vago
e todo gosto
é amargo,
como uma ironia
de Saramago.

A sombra da noite
é acre, feroz.
Conhecido algoz,
entre as dobras
dos lençois.

O cheiro de amor
terminado,
preenche o silêncio
declarado.
Antigos adornos
desenhados,
retém os inúteis gestos
tentados.

As brancas colunas
já nada sustentam.
Sigamos em paz,
o amor não se refaz

Um comentário:

  1. curioso que a saudade é sempre inteira, mesmo o corpo, o coração estando todo dividido em milhares de travesseiros...

    este poema é genial, meu caro amigo...

    forte abraço, como sempre...

    guto

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