terça-feira, 28 de dezembro de 2010

A Vida é...

O vento do sudeste
que expulsa a inocência agreste.
O amor de Alceste,
expresso na morte e na peste.
A fruta carnuda
e a mulher que se desnuda.

É a orgia dos sentidos,
na tortura dos inqueridos.
São Sereias, Ninfas e Faunos
nas covas de sete palmos.

São as Deusas e os Deuses,
que no Oráculo de Elêusis,
vociferam avisos
sobre o fim dos Paraísos.

E tudo que gira,
já que a vida é lira
nas mãos de Caligula.
Loucos somos todos
enquanto dançamos
nos incêndios que ateamos.

Evoé! Gritam velhas Bacantes
para as novas debutantes.
Gozem esses instantes,
pois já se aproxima
nova bomba de Hiroshima.

A vida é cisma...

2 comentários:

  1. Belíssima poesia, Fábio!
    Muito inteligente, criativa, social, gostei do jogo de palavras.
    Grande abraço, sucesso, feliz 2011!

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  2. É a primeira vez que leio teus versos e, surpreendida com a qualidade das tuas palavras, já tornei-me seguidora. Parabéns, é bom ler qualidade.

    abraços e feliz 2011!

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