LACAN, Jacques
1901 – 1981
Como
já havia ocorrido com André BRETON, é necessário registrar que LACAN não é
considerado pelos mais ortodoxos um Filósofo no sentido estreito da palavra.
Mas
como sucedido com o “Pai do Surrealismo”,
a sua obra tem tamanha abrangência que não é raro encontrá-la como embasamento
de alguns Sistemas Filosóficos, bem como o próprio Jacques inserido no rol dos
Filósofos mais influentes do Pensamento atual.
Destarte,
e também pela superior qualidade de sua produção e pela popularidade que
alcançou, julgamos oportuno incluí-lo na presente obra. Afinal, o estudo de
Filosofia deve atender mais ao sentido original desse nome (filosofia = amigo do Saber) do que às divisões e classificações
feitas apenas segundo os critérios de alguns.
Jacques
LACAN nasceu em Paris, na Primavera de 1901. Formado em Medicina, trocou de
imediato a Neurologia pela Psiquiatria e na nova área teve como Mestre o célebre
Gatian Clérambault, cuja influência
foi decisiva em suas ideias.
A
Psicanálise lhe chegou através do Movimento
Surrealista, que além de lhe apresentar o Surrealismo (na medida em que prioriza o Inconsciente) deu-lhe o mote para pregar a reaproximação com as
origens do Pensamento Freudiano (tão enfático em
relação ao Subconsciente, quanto o Surrealismo) o qual, a seu ver, estaria sendo abandonado pelos
adeptos e seguidores do Mestre austríaco.
Assim,
a partir dos idos de 1951, LACAN iniciou a concretização de tal resgate e para
tanto passou a se utilizar da Linguística
de Saussure (depois da de Jakobson e Benveniste) e da Antropologia Estrutural de Claude Lévy Strauss (aliás, o uso
desse ferramental, tornou-o uma das figuras mais importantes do chamado Estruturalismo*). Posteriormente, encaminhou-se ao encontro da Lógica e da Topologia**.
Estruturalismo* - nos estudos
Linguísticos havidos entre o começo do século XX até o aparecimento da “Gramática
Gerativo-Transformacional”, em 1957, foi a Corrente que pregava a necessidade
de se observar o maior número possível de fatos, em qualquer campo de Saber,
para bem fundamentar suas propostas e viabilizar a descoberta da estrutura que forma, que constitui a
Coisa, ou o Ser que se estuda.
Topologia** – em Gramática,
o Tratado referente à colocação de certas espécies de palavras. Em Matemática é
a parte na qual se estudam as Propriedades (características, possibilidades,
capacidades) das Configurações que permanecem invariantes nas
transformações biunívocas e bicontínuas.
Munido,
então, de uma vasta Erudição, LACAN juntou aos seus afazeres o ministério de
Cursos, Seminários e Palestras, os quais, sendo cada vez mais procurados,
consolidaram em definitivo o seu renome junto à Intelectualidade e junto ao
grande público.
Esses
trabalhos foram editados após a sua morte, sob a coordenação
de Jacques Alain Miller, e passaram
a se constituir um valioso registro da genialidade de suas ideias. Em 1986
publicou-se uma Coletânea com trinta e quatro Artigos de sua autoria, intitulada
“Écrits” e a partir de 1973 teve
inicio a publicação de seus vinte e seis Seminários, com o título de “Le Seminaire”.
Na
sequência, analisaremos algumas das concepções do Psicanalista, ressalvando,
contudo, que interpretações divergentes são possíveis, talvez prováveis, por
conta da disseminação havida entre as sub Correntes em que suas ideias passaram
a navegar.
O Estádio do Espelho
A
partir da década de 1920, Sigmund Freud
introduz a sua tese que delega ao “Eu” a função de regular as relações
entre o Id (a fonte das
pulsões, das vontades), o Supereu, ou
Superego (que zela pela observação das normas Morais) e a Realidade
física, concreta, que é o lugar onde se exerce a atividade.
Segundo
a proposta, nos Indivíduos considerados “Neuróticos”
haveria a necessidade de se reforçar esse “Eu”
para se conseguir harmonizar o relacionamento entre os níveis do Psiquismo (id, ego e superego), o que seria, ao
cabo, o “tratamento curativo” das
perturbações existentes. Dos desajustes no comportamento.
Para
LACAN, todavia, esse seria um caminho equivocado. E a sua estreia na
Psicanálise aconteceu quando ele propôs uma contratese absolutamente divergente
da freudiana, já que segundo sua ótica:
“o ‘Eu’ é construído à semelhança de seu
semelhante. E, principalmente, a partir da imagem que é devolvida pelo
“Espelho” em que esse semelhante se transforma”.Por
isso: “instala-se o desconhecimento em minha identidade e ao buscá-la, o que
irei encontrar será um ‘Outro’, em relação ao qual eu sentirei ciúme...”. “Terei aversão por esse ‘intruso’ que exercita ‘seus’ desejos, mas,
simultaneamente os esconde de mim, tanto quanto ele próprio se esconde de mim...”. “E é como ‘Outro’ que sou levado
a conviver com o Mundo (ie - com a Realidade, com as pessoas etc.)...”.
É,
portanto, por esta forma distorcida e patológica que se organizou o “Je” (ie – o “Eu Inconsciente”, ou o
“Isso”, ou o “Id”) paranoico e
qualquer tratamento curativo deverá considerar esse fato. A partir daí as
correções atacarão diretamente a “Causa
Primeira” dos males presentes.
O
artigo “O Estádio do Espelho* como
Formador da Função do Jé” foi apresentado pela primeira vez em 1936, no
Congresso Internacional de Psicanálise sem receber qualquer manifestação de aprovação.
Idem ao acontecido em Paris, em 1947.
Contudo,
a fria e desdenhosa recepção inicial reverteu-se com o passar do tempo e foi
este Artigo, dentre outros, que consolidou a notoriedade de Lacan.
*Estádio
do Espelho – termo criado por Henri Wallon, de quem LACAN tomou emprestado para lhe dar este
outro uso.
Avançando
ao cerne do mesmo, encontraremos a espinha
dorsal do Sistema elaborado pelo Pensador e poderemos apreciar a
Profundidade e a Propriedade de tal Sistemática.
O
fato de que o bebê sabe, por instinto, que é totalmente desamparado e
necessitado de encontrar uma solução para sua fragilidade (e que por isso
busca “antecipar o amadurecimento de seu corpo” através do ato de se projetar
na figura do Outro [na figura materna que se encontra “milagrosamente”
à sua frente]), resulta no fato
de ele ter de sair de sua anterior condição de neonatal, ou recém-nascido. Ou, ao cabo, na necessidade de deixar de ser
ele próprio.
Esse
movimento de precipitação, ou de projeção, no Outro o leva a uma Alienação, já que ele foi, como
se disse, “obrigado” a se alienar
para conseguir se constituir, ou se formar, um Sujeito (no caso, um
adulto. Consiga sobreviver fisicamente).
Já
a mãe, segundo LACAN, ressente-se da ausência do “Fallus (Falo masculino)” e para se sentir completa deseja ter um
filho, engravida, reconhece-o como um Ser Humano e aplaca a sua fome e a “libido” dando-lhe o “Objeto Seio”, que além de ser alimento
é uma fonte de satisfação para a criança no “prazer
da Oralidade” ( quando ele passa da esfera da Natureza [instinto
– animal] para a esfera da Cultura [pulsão desejo – homem]).
Desse
modo, o bebê estabelece uma Linguagem
com o “Simbólico – Mãe” e com isso
sofre, novamente, um Processo de Alienação
desencadeado pela necessidade imperiosa de estabelecer tal Linguagem com a sua fonte de prazer e de alimento.
Para
que ele consiga se constituir, ou formar-se como um Sujeito “animal e cultural”, ele se vê obrigado
a projetar-se no Outro.
Antes
do “Estádio do Espelho”, que
geralmente ocorre entre o sexto e o décimo oitavo mês de vida, o bebê Não se vê com sendo um só corpo. Como
um corpo unificado. Ao contrário, sente-se um corpo fragmentado, disperso em
várias partes.
Destarte,
a sua “mãe-seio” faz parte dele; e a recíproca é verdadeira em relação
à mãe (a
condição de “boca do jacaré ou do crocodilo”)
que o sente como “filho-falo” que
dela faz parte.
Mas
essa inteiração cessa em determinado momento. Então, o bebê que buscava o prazer
através do Seio Materno (alimento e
libido oral) – que
é o seu “Objeto de Desejo” –
reconhece que a sua mãe Não faz
parte de seu corpo.
E
ela também reconhece que Não É
completa, pois também necessitava do corpo do filho para sentir-se “possuidora do falo”.
Essa
perda ou separação, chamada de “Significante
Nome do Pai” geralmente ocorre em virtude das limitações naturais da vida
comum (a
mãe precisou voltar ao seu trabalho, por exemplo.) e nessa ocasião é que surge com mais evidência o já
citado comportamento materno chamado de “boca do jacaré ou do crocodilo*”, que é o desejo (tão
Inconsciente quanto tudo mais de que aqui se trata, é claro) daquela mãe de “possuir (comer, canibalizar)” o seu filho, como se ele fosse parte de seu corpo.
*NOTA
do AUTOR – esse nome, “Boca de Jacaré ou de Crocodilo”, decorreu
de um erro de observação que persistiu durante muito tempo entre os zoólogos,
os biólogos e outros pesquisadores que supunham que a mãe crocodilo devorava
seus filhotes quando os abocanhava. Posteriormente constatou-se o engano, pois
ela os coloca na boca para protegê-los de alguma ameaça, ou para transportá-los
em segurança, libertando-os tão logo cesse o risco, ou se conclua o transporte.
Tanto quanto outras fêmeas, a do crocodilo também prima pela sua excelência
como mãe.
É
um momento crucial na vida da criança, pois este desejo da mãe coloca o filho (malgrado sua
inexistente capacidade de decidir) em
uma situação de escolha definitiva:
ou se torna independente em virtude da mãe não se transferir para ele,
tornando-se, pois, um “sujeito faltante”; ou é engolido pela “boca de jacaré” da mesma e se torna um
indivíduo dependente ou, até, doente mental.
NOTA
do AUTOR – citou-se a precocidade da criança ante uma
definição de tal vulto, mas é claro que a separação é um processo que deverá
partir da mãe, a pessoa que teoricamente detém a capacidade para deflagrar o
processo que dará a salutar independência ao filho. Teoricamente, porque nem
sempre ela, mãe, está no gozo dessa capacidade por lhe faltar amadurecimento,
esclarecimento e/ou sanidade psíquica e emocional.
Os casos em que a separação não é
satisfatoriamente concluída não são tão raros quanto se desejaria, mas em
contrapartida as sequelas, em geral, não são tão graves que impeçam o indivíduo
de levar uma vida razoavelmente normal, ainda que restringida por uma série de
perturbações psicológicas que lhe impedem a plena realização material,
emocional, espiritual etc.
Todavia, nos casos em que a criança
se torna psicótica em razão do Processo separatório não ter acontecido como deveria,
pode-se dizer que a mãe Não
reconheceu o filho como um “Ser Humano (como uma pessoa completa e
independente dela)”, olhando-o como se fosse um mero apêndice de si mesma.
Mas antes que alguma censura lhe
seja dirigida, será necessário observar que a “Escolha (de libertar ou
não a criança)” não é realmente apenas “uma Escolha”. É, na
verdade, um procedimento que exige amadurecimento psíquico e emocional, o qual
nem sempre sobrevive aos ataques da vida cotidiana, às alterações hormonais e à
frustração de não poder manter “o Falo que lhe falta” e que foi seu por algum
tempo.
A
alienação resulta no fato do bebê não ter unidade e só se formar (ou se
constituir) como um Sujeito graças
ao efeito que o Outro (a mãe, no caso)
exerce sobre ele. Com isso ele não passa de uma “imagem do Outro”.
A
perda da independência aponta o “rapto”
que sofreu e do qual ele tomará ciência quando se olhar no Espelho e perceber
que o seu corpo é unificado, que “ele existe”,
que “não é o Outro”. Então, é que
percebe ser um “Sujeito Faltante”,
pois junto dele já não existe a mãe, ou o Outro.
É
quando percebe o desajuste que carrega e a patologia de que padece. Cabe,
então, ao Psicanalista atuar no sentido de corrigir a distorção iniciada na
primeira infância.
A Relação Sexual
... De fato, “não
há relação sexual”, disse LACAN afrontando a crença de seus seguidores e
municiando as criticas de seus detratores.
Para
ele, se o Desejo Sexual ocorre em função de uma forma projetada na tela do
Imaginário, a relação, ao cabo, faz-se apenas com uma imagem. Mas, imagem de
que?
Imagem
do elemento que a seu ver torna a Linguagem significativa: o Falo. É por isso que
a mulher se dedica enfaticamente a representá-lo (como se ela fosse o próprio) através de gestos e de expressões corporais e
faciais (a chamada “hipocrisia feminina”),
enquanto o homem busca representá-lo, também através de gestos e expressões
corporais e faciais, por possuí-lo (o chamado “cômico viril”); ou
seja, por ter o elemento que desperta o Desejo.
Sendo
assim, a Relação existente é, na realidade, imaginária e com o Falo, não
com a mulher, a qual, por sua vez, não encontra aquilo que a faria sentir-se
“a” mulher.
A Castração
Segundo
LACAN, a Castração não é apenas uma “ameaça
provocadora de angústia” ao menino. Tampouco a constatação de que há uma “inveja do pênis” na menina.
Em
verdade, a Castração é fundamentalmente a
separação entre a Mãe e o Filho. É o corte que rasga o vínculo entre
ambos. A mãe, segundo o Pensador, coloca seu filho em um lugar imaginário e
ele, o filho, acomoda-se a esse local para satisfazer o “desejo” materno.
E
o “desejo” da mãe, como o de toda
mulher, é ter o “Falo”, o que leva a
criança a sentir-se o próprio.
Dessa sorte, estabelece-se e se consolida uma relação imaginária entre a Mãe
que acredita ter o “Falo” e a criança
que acredita ser o mesmo.
A
Castração, ou o Ato Castrador, acontece, portanto, não só sobre a criança, mas
sobre o vínculo “mãe – filho”. E,
geralmente, quem o executa é o “Pai”
ao impedir que a Mãe continue a acreditar na possibilidade de reintegrar o
filho ao seu corpo e ao proibir o filho de possuir a própria Mãe. O “Pai” castra a pretensão da Mãe de ter o
“Falo” e a do Filho de ser o mesmo.
É, pois, uma Castração dupla.
NOTA
do AUTOR – claro que o “Pai” é o conjunto da Sociedade cujas
regras proíbem o incesto por vários motivos, que vão dos biológicos aos Morais.
Mesmo
sendo simbólica e tendo como objeto um “Falo”
imaginário, a Castração atua como uma Lei que rompe a ilusão do Ser Humano ser
onipotente.
O Outro
Para
LACAN o “Eu” é situado no Registro do
Imaginário,
que é o lugar das identificações e das relações duais (as relações sociais do cotidiano).
Ao
estabelecer essa localização, acentuou a diferença entre o “Eu” e o “Sujeito do
Inconsciente”, que é, ou está localizado, numa instância (ou um patamar,
um nível da Psique) Simbólica,
diferente, portanto, da Imaginária.
Também
enfatizou o fato do “Inconsciente”
ser absolutamente independente do “Eu” e pertencer ao Campo do Simbólico, que é
o Campo da “Linguagem”, ou do Significante.
Convencido
dessa condição, LACAN recorreu a um dos ensinamentos de Lévi Strauss: os Símbolos são
mais Reais que aquilo que simbolizam, o Significante precede e determina o
Significado; e
com ele reforçou seu ponto de vista
acerca da independência da “Função
Simbólica”, além de estabelecer que ela é, de fato, o “Grande Outro” que antecede o Sujeito. O “Inconsciente é o Discurso
e o Desejo do Outro”.
Ou
seja, a fonte das perturbações está justamento no Inconsciente e é por isso é que a Psicanálise deve atuar no campo
do Simbólico, junto ao Inconsciente, haja vista que a solução
das perturbações só ali pode acontecer.
Atuação que só pode ser feita através da “Fala”, pois é através da mesma que o Inconsciente se manifesta através dos relatos de sonhos, de chistes,
de esquecimentos, de atos falhos etc. Por isso, se Freud usou Conhecimentos da Física e da Biologia nos seus métodos,
LACAN utilizou a Linguística,no seu.
Através
dela chegou ao Conceito de que o Inconsciente tem o formato, ou a estrutura,
de uma Linguagem e pôde afirmar que a “Ficção”
tem a mesma estruturação da “Verdade”.
Aquilo que aparece como Sonho ou Devaneio é, por vezes, a “Verdade Oculta” que as regras sociais reprimem.
NOTA
do AUTOR - Para o sábio, aliás, a ligação entre a Linguagem e
o Inconsciente é tão sólida que ele a resumiu no seguinte aforismo: “o Inconsciente é estruturado (tem um
formato) como uma Linguagem”. Essa afirmativa de LACAN contraria a imagem que
normalmente se faz do Subconsciente. Geralmente pensamos tratar-se de um
emaranhado caótico, sem nenhuma organização estabelecida.
A
Psicanálise seria, portanto, um Procedimento em que se admite e se tenta
compreender essa outra “Estrutura” e,
como isso, tornar-lhe harmônica com a do Consciente.
Em
todos esses processos, o Erudito trabalhou com dois grandes conceitos: o “Nome
do Pai” e o “Falo”. E para operar
esses temas, criou as “Matemas”.
Dessa
sorte, e por tudo que se expôs, entende-se o porquê de LACAN considerar a
Psicanálise mais que uma “Ciência Estanque” limitada por seus parâmetros e
Leis.
Para
ele, ela é mais uma visão de Mundo,
ou uma Filosofia que pretende dar “a chave
do Mundo”. Uma prática onde a
utilização do método da “Livre Associação”
permite que se chegue ao “núcleo do Ser”.
Epílogo
Depois
da morte de LACAN, em 1981, o Lacanismo fragmentou-se em várias
Escolas, tendências e Grupos que foram implantados de modo nebuloso em vários
países.
É
um Sistema de Pensamento que pertence à Corrente Freudiana na medida em que
reconhece e adota a doutrina de Sigmund
Freud, o que implica a adoção da psicanálise, ou o tratamento exclusivo através
da “Fala” do paciente, e a aceitação dos grandes Conceitos Freudianos como
“Inconsciente”, “Sexualidade”, “Transferência”,
“Recalque e a Pulsão” etc.
Porém,
a par dessas adesões, o Lacanismo conseguir se tornar não só uma mera Corrente
continuísta. Tornou-se uma verdadeira “Escola
ou Tendência”.
Formou-se
como um “Sistema de Pensamento” – a partir
de seu mestre Jacques LACAN – que modificou completamente a doutrina e a
clinica freudiana, forjando novos Conceitos e criando uma nova e original
técnica de análise mental, sem,
no entanto, renegar a essência do trabalho de Freud. Ao contrário, LACAN foi o único dos grandes interpretes do
austríaco que buscou resgatar a pureza do Sistema
Freudiano.
E
por isso o Lacanismo é visto como uma “Revolução
Invertida”, haja vista que buscou não a ultrapassagem de Freud, mas
justamente o oposto, ie, o retorno aos seus pensamentos originais. No máximo
teria tentado uma “Substituição Ortodoxa (aquela que
preserva a essência e o máximo possível dos elementos originais)” dos mesmos.
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