quinta-feira, 15 de abril de 2010

Poesia Morena

Tua lembrança preenche meus vazios.
Sinto-te, embora não estejas;
e te devoro
sem que me vejas.

Procura, fome, loucura,
esse amor sem moldura,
esse gostar sem usura
e esse desejo sem censura.

Como tu veio,
essa falta de receio,
essa sobra de recheio
são mistérios da Terra do Meio.

Ouço tua voz cantada
e te sei amada.
Por que tu me és tanto?
Nao sei,
mas te amo
como raro amei.

Essa maciez da tua pele
é perpétuo convite
ao qual não se resiste.

Por ti, poesia morena,
farei nova Carta Chilena,
como as de Marilia e Dirceu,
versos brancos sem Liceu.

*E tão de repente ...
nada mais que de repente ...

*inspirado na poética de Vinicius de Moraes.

Um comentário:

  1. Fábio, querido amigo poeta,

    Lindo trabalho! De uma delicadeza e singeleza ímpares.

    Gosto por demais de ler-te!

    Beijos

    Flávia

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