sexta-feira, 9 de abril de 2010

Angústia

Prevejo a estrada que andarei.
Do Futuro nada sei
e do Passado nada levarei.
Sou só o Presente,
acontecido de repente.

Revejo o caminho por onde andei,
a algum lugar retornarei,
se do Mundo, não sei
se do Sub-Mundo, não direi.

Estive preso,
estive aceso,
estive acamado,
estive abandonado
e estive possuído
por algum demônio enfurecido.

Caminho e encruzilhada,
a ida para o Nada.
Sem recuo ou volta
para a calma da revolta.

É a vida que passa
e a fome de traça
que corrói sonho e ilusão
nesse conjunto de não.

Agora ouço a terra que me encobre
e a marcha em "passo-dóble".
Logo o escuro será denso
em outro terror intenso.

2 comentários:

  1. Fábio,

    A Angústia é exatamente como descreveste nesta linda poesia: " é a vida que passa e a fome de traça..."

    Teu trabalho é maravilhoso!

    Beijos

    Flávia Flor (Assaife)

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  2. Meu poeta dileto como pode tamanha beleza em dor tão palpável e nossa. Não há nenhuma dúvida de que esta deve sim estar presente.
    Beijo grande

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