Tipos de óperas no Ocidente:
a) Séria – o estilo formal, solene, complexo; contrário ao
da Ópera Buffa. Predominou do século XVI ao XVIII, tratando dos grandes temas
mitológicos em, no mínimo, três atos, onde se sucedem fortes emoções advindas
de tragédias, guerras, mortes etc. As principais óperas desse estilo são: Otello
e Traviata
de Verdi; Turandot e Madame Butterfly de Puccini; Ana
Bolena de Donizetti e Idomeno de Mozart.
b) Buffa – é o estilo oposto ao da Ópera Séria, com
personagens cômicos, baseados em figuras do cotidiano. São histórias complexas,
recheadas de disfarces, intrigas, finais surpreendentes, falsas identidades
etc. As mais conhecidas desse estilo são: Cosi Fan Tutte de Mozart; O
Barbeiro de Sevilha de Rossini e La Hija Del Regimento de Donizetti.
c) Comique – esse estilo não deve ser confundido com o da
Ópera Buffa, embora a nomenclatura possa sugerir alguma semelhança. Como
acontece na Operetta, o seu dialogo é falado e os temas de que trata são leves,
superficiais. As obras que mais se destacaram nesse estilo foram: Carmen
de Bizet; Fidélio de Beethoven e Fausto de Gonoud.
d) Bel Canto – Esse estilo teve início em meados do século XIX e
se caracteriza pelo virtuosismo das vocalizações de um (a) solista. Sua
história é expressa pelo Canto, com valorização da melodia. Nesse estilo estão
algumas das personagens mais complexas do universo operístico como, por
exemplo, Norma, de Bellini e Lucia de Lammermoor, de Donizetti.
Durante algum tempo o Bel Canto sofreu com o ostracismo, mas nos anos de 1950 a
1980 foi resgatado por grandes interpretes como Maria Callas, Joan Sutherland,
Montserrat Caballé etc.
e) Grand Ópera – O estilo que demanda uma superprodução no campo
cênico e no da música. Apresenta grandes temas épicos, históricos em mais de
quatro atos, com o uso regular de grandes Corais e Balés e de Sinfônicas
completas. É um espetáculo suntuoso, sem diálogos falados, mas com grande poder
de deslumbramento. Destacam-se nesse estilo: Sóror Angélica de Puccini
e Cavalaria
Rusticana de Mascagni.
f) Operetta – Pequena Ópera onde se inclui o diálogo falado em
lugar dos “Recitativos”. Também é conhecida como “Ópera Ligeira”.
As obras inaugurais:
1) Dafne, de
Jacopo Peri (1561-1633 – Itália) e Ottavio
Rinuccini, Libretto (1562-1621 – Itália).
2)
Eurídice,
idem. Em meados de
1600, século XVII.
3) Orfeu, Monteverdi
(Claudio – 1567-1643 –Itália), da
qual se originaram as diretrizes para a Ópera futura.
4)
L´incoronazione de Poppea (1642) – idem da qual surgiu o prenúncio do
“Bel Canto” e a valorização da Ária e dos cantores. A partir dela
estabeleceu-se o nome “Ópera” para designar essa manifestação cultural.
5)
Orfeu e Eurídice, de Gluck (Christoph Willibald – 1714-1787 – Áustria) que foi o reformador do gênero e
o criador do modelo ainda em vigência.
As óperas mais populares* e os seus compositores:
1) Aída, Verdi
(Giuseppe
Fortunino Francesco – 1813-1901 – Itália)
2) Ana Bolena, Donizetti
(Gaetano
– 1797-1848 – Itália)
3) Barbeiro de
Sevilha, Rossini (Giochino Antonio – 1792-1868 – Itália)
4)
Carmen, Georges Bizet (Alexandre Cesar
Leopold – 1838-1875 – França)
5) Cavalaria
Rusticana, Mascagni (Pietro – 1863-1945 – Itália)
6) Cosi Fan Tutte, Mozart
(Wolfgang
Amadeus – 1756-1791 – Áustria)
7)
El Anillo, Wagner (Wilhelm Richard – 1813-1883 – Alemanha)
8) El Rapto Del
Serralho, Mozart (Wolfgang Amadeus – 1756-1791 – Áustria)
9) Falstaff, Verdi
(Giuseppe
Fortunino Francesco – 1813-1901 – Itália)
10) Fausto, Gounod
(Charles
– 1818-1893 – França)
11) Fidélio, Beethoven
(Ludwig
Von – 1770-1827 – Alemanha)
12) Idomeneo, Mozart
(Wolfgang
Amadeus – 1756-1791 – Áustria)
13) La Boheme, Puccini
(Giacomo
– 1858-1924 – Itália)
14) La Flauta Mágica, Mozart
(Wolfgang
Amadeus – 1756-1791 – Áustria)
15) La Hija Del
Regimento, Donizetti (Gaetano – 1797-1848 – Itália)
16) Las Bodas de Fígaro,
Mozart (Wolfgang Amadeus – 1756-1791 – Áustria)
17) Madame Butterfly, Puccini
(Giacomo
– 1858-1924 – Itália)
18) Otelo, Verdi
(Giuseppe
Fortunino Francesco – 1813-1901 – Itália)
19) Sóror Angélica, Puccini
(Giacomo
– 1858-1924 – Itália)
20) Tosca, Puccini
(Giacomo
– 1858-1924 – Itália)
21) Traviata, Verdi
(Giuseppe
Fortunino Francesco – 1813-1901 – Itália)
22) Turandot, Puccini
(Giacomo
– 1858-1924 – Itália)
A classificação dos Cantores e
Cantoras:
Homens Mulheres
Baixo Contralto
Baixo
barítono (baixo cantor) Mezzo Soprano
Barítono Soprano
Tenor
Contra
tenor
Glossário
Em
geral as óperas seguem o mesmo roteiro, exceto pelas diferenças que
caracterizam os tipos de óperas acima citados. Nelas, alguns ou todos, os
elementos abaixo, estarão presentes:
a) Abertura – que é feita através da execução de uma música com
o objetivo de ambientar a plateia ao tema.
b) Recitativo – as partes do espetáculo em que os atores
dialogam.
c) Ária – a música principal que é cantada pelo (a) solista
enquanto os atores secundários cantam no Coro.
d)
Libretto
– pequeno caderno que traz os dados da Ópera, o seu tema, os seus diálogos,
suas canções etc. para que o público não tenha dificuldades em entender a
história e o seu contexto.
Nota
do Autor* - Em seu livro “Ópera and Its Composers” Edward Ellsworth Hipsher afirma existirem
na Biblioteca Nacional de Paris cerca de vinte e oito mil partituras de óperas catalogadas.
Dessa imensa quantidade, apenas duas centenas aproximadamente estão no
repertório das Companhias mundiais e são representadas com alguma regularidade.
Certamente que foram escolhidas por agradarem ao público e à crítica e são a
nata do que se produziu nesses quatro séculos de existência do gênero. Em nosso
trabalho esse número reduz-se para vinte e dois, tanto por questão de popularidade
entre nós outros, quanto pelas características da presente obra que se pretende
apenas um guia para iniciantes. O critério de escolha baseou-se no gosto
pessoal do autor e estará sujeito à crítica de alguns, como é comum em qualquer
lista que se faça. Por isso, conto com a compreensão do (a) amável leitor (a),
certo de que procurei abranger ao maior número possível de variáveis para que
cada segmento da manifestação cultural esteja representado.
Lettré, l´art et la Culture.
Rio de Janeiro, Verão de 2015.
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