Chegastes suave como o orvalho e então eu soube que tu eras o jasmim recém colhido, que o Rouxinol anunciara no canto primeiro da aurora.
domingo, 4 de novembro de 2012
Old Age
Também são minhas
as rugas que vejo
no rosto da mulher da televisão.
Somos ambos um retrato passado
da vida que andamos.
Caminhos separados trilhamos
e, no entanto, a estrada
sempre foi apenas uma.
Partilhamos as dores do Mundo
e cada qual a elas agregou
as angústias individuais.
Mas é certo que também
rimos iguais
em tantos momentos havidos.
Talvez amantes. Talvez amados
em leitos aquecidos
em dias não esquecidos.
Mas agora tudo "faz mais de quarenta anos...".
O avanço do Passado
engole o que resta do Futuro.
A balança tende inexorável
e o espaço/tempo é mais
o que se leva,
do que o quê se espera.
As rugas, os vincos, moldam
as impossibilidades que até ontem
inexistiam.
E que a partir de amanhã
haverão de nos dispensar
de sermos melhores que os demais.
Haverão de consolidar
a serenidade de quem
tudo já viu e que por isso
sabe como tudo termina.
Haverão de nos dar
a nirvana calma
de saber que sob as rugas,
o melhor da vida
conseguimos guardar.
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Tu empretas muita dignidade à velhice, guri. Contigo, ela deixa de ser decripitude para ser experiência serenidade. Tri legal.
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