- E quanto ao tratamento bucal, Excelência?
- Nem pensar. Imagine o custo de
se manter um Serviço de Saúde, digno do nome, para toda a população. Igual ao
absurdo de se pagar salários justos para que os pais banquem essas despesas,
pois, afinal “o que não mata, engorda kkkkk”. É “a lei do mais forte”, meu
caro.
- Se, bobearmos, logo, logo, irão
exigir que as Escolas daqui tenham o mesmo nível de países riquíssimos como,
por exemplo, o Uruguai e a Argentina. Já imaginou? Você sabe como essa gente
é...
- Mas, você, não! Você já está
bem crescido para acreditar em “Papai Noel” ou em cidadania, não?
- É certo que nós teríamos recursos
para bancar essas despesas, mas, então, eu te pergunto: como iríamos bancar os
custos de milhões de Vereadores, Vices e Prefeitos, hein? De milhares de
Deputados Estaduais, Vices e Governadores, hein? De centenas de Deputados
Federais, Senadores, Ministros, Vice, Presidente e da legião de desocupados,
digo, de abnegados Assessores dessa pobre gente? Como, hein? Como iríamos bancar
as (os) pobres prostitutas de luxo que os servem para que eles se esqueçam de
suas rotinas estafantes? Como iríamos pagar os jatos, os jetons, as práticas corruptas,
digo, as lutas abruptas dos nobres edis e governantes? Como, hein? Vamos,
responda?
- Com que verba, nossos ilustres
gigolôs, digo, representantes, poderiam bancar suas viagens, seus carros, as suas
e os seus amantes? E as pequenas mordomias e falcatruazinhas (você sabe, ninguém é de ferro) que todo
mundo comete, não é?
- Ora, você não imagina que esses
nobres representantes concordariam em abrir mão de suas verbas, jetons, salários,
passagens, apartamentos, carros etc. para que o maldito sistema educacional e
de saúde fosse melhorado, não é? Ora...
- Esses nobres representantes estão
sendo eleitos há décadas e continuarão a ser por mais algum tempo. Você dúvida disso?
- E é graças ao brio e a coragem
dessa nobre gente que o Povo obteve a estrondosa vitória que, hoje, eu comemoro,
pois sei que esses extorquidos, digo, engrandecidos, cidadãos, continuarão a
nos honrar com o voto (é certo
que eu tenha que lhes estender a mão e depois desinfetá-la), já que
lhes basta algumas medidas paliativas. Isso lhes dá a sensação de serem “agentes
políticos kkkk”. Dá-lhes a sensação de que exercem “o Poder”, sacia-lhes o primitivo
“instinto de vingança” e lhes oferta a falsa sensação de segurança. Eles adoram
essas bravatas.
Portanto, tolo ingênuo, esqueça
essa história de “tratamento bucal”, pois se o dente doer, nós o arrancamos e o
atiramos no lixo. Digo, na penitenciária.
Lettré, l´art et la Culture. Rio de
Janeiro, inverno de 2015.
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