Quantos versos te restarão
quando as estrelas se apagarem?
Em busca de qual promessa
tu ainda rezará as mandingas?
Quem haverá de desenhar as rendas
por onde voava o colibri?
Quem, de ti restará?
E tudo por quê?
De onde ressuscitastes esse medo?
Lembrança de tantos amores em vão?
E no entanto, poeta, é preciso reviver.
Dispa-se da paúra e descalce o que dirão.
Nada sabem do que se passa em teu peito
e é tempo de renascer.
Nada escute, além da voz da amada.
Nada veja, além do brilho de seus olhos.
Nada temas.
Aperte a mão estendida,
afaste a mágoa sentida,
esqueça a decepção havida
e siga este outro lado da vida.
Produção e divulgação de TANIA BITENCOURT, rien limitée, Indaiatuba SP, na Primavera de 2013.
o verso nasce na noite e, assim, marcado fica para sempre em seu escuro traço
ResponderExcluir"Quantos versos te restarão?"
o verso floresce no temor amarrado que perpétuamente cresce
"De onde ressuscitastes esse medo?"
Mas não é o verso o poeta?
"esqueça a decepção havida
e siga este outro lado da vida."
A tua profunda sabedoria que sempre me cativa
Abraço