domingo, 17 de novembro de 2013

Promessa



Quantos versos te restarão
quando as estrelas se apagarem?
Em busca de qual promessa
tu ainda rezará as mandingas?
Quem haverá de desenhar as rendas
por onde voava o colibri?
Quem, de ti restará?

E tudo por quê?
De onde ressuscitastes esse medo?
Lembrança de tantos amores em vão?

E no entanto, poeta, é preciso reviver.
Dispa-se da paúra e descalce o que dirão.
Nada sabem do que se passa em teu peito
e é tempo de renascer.

Nada escute, além da voz da amada.
Nada veja, além do brilho de seus olhos.
Nada temas.
Aperte a mão estendida,
afaste a mágoa sentida,
esqueça a decepção havida
e siga este outro lado da vida.

           



Produção e divulgação de TANIA BITENCOURT, rien limitée, Indaiatuba SP, na Primavera de 2013.

Um comentário:

  1. o verso nasce na noite e, assim, marcado fica para sempre em seu escuro traço

    "Quantos versos te restarão?"

    o verso floresce no temor amarrado que perpétuamente cresce

    "De onde ressuscitastes esse medo?"

    Mas não é o verso o poeta?

    "esqueça a decepção havida
    e siga este outro lado da vida."

    A tua profunda sabedoria que sempre me cativa

    Abraço

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