O Guarani (Il Guarany)
Autoria
– Gomes (Antonio Carlos – 1836-1896 –
Brasil)
Libreto
– Antonio Scalvini
Personagens:
Dom Antonio de Mariz – fidalgo português. Interpretado por
um Baixo.
Cecy ou Cecília – protagonista. Filha de Dom Antonio.
Interpretada por uma Soprano.
Pery – protagonista. Indígena e chefe
dos Guaranis, inimigos dos Aimorés. Interpretado por um Tenor.
Dom Álvaro – português. O noivo escolhido
para Cecy, por Dom Antonio. Interpretado por um Tenor.
Gonzalez – aventureiro e malfeitor
espanhol. Interpretado por um Barítono.
Rui Bento – aventureiro e malfeitor português. Interpretado
por um Tenor.
Alonso - aventureiro e malfeitor português.
Interpretado por um Baixo.
Cacique Aimoré – interpretado por um Baixo.
Época
e local
Região
fluminense, por volta de 1560.
Prefácio
Os acordes iniciais
dessa Ópera, provavelmente, já foram ouvidos pela maioria dos brasileiros ao menos
uma vez na vida. Com eles, anuncia-se o início do programa radiofônico
governamental chamado de “A Voz do Brasil” que é de reprodução obrigatória para
todas as estações de rádio do país e que nunca deixou de ser apresentado,
apesar de sua baixíssima audiência nos tempos atuais e dos vários movimentos contrários
a ele, que se manifestaram ao longo dos anos.
Aqui, por motivos óbvios,
não discutiremos as qualidades, os defeitos e a utilidade do mesmo, mas não poderíamos
deixar de registrar que graças ao mesmo, ainda que por vias tortas, a grande
obra de Antonio Carlos Gomes não caiu
no completo esquecimento, como ocorreu com outras obras eruditas que aqui foram
feitas e olvidadas por falta de políticas culturais efetivas.
Ao contrário do que
acontece nos países do chamado “Primeiro Mundo”, onde a Grande Música permeia o
cotidiano das pessoas comuns, no Brasil ela é vista como o passatempo esnobe de
uma elite desligada da realidade nacional, perpetuando, assim, um erro brutal,
pois é em obras como a desse paulista interiorano, que a essência brasileira
pulsa com mais vigor e só isso deveria bastar para que fossem mais amplamente
divulgadas pelos canais de comunicação populares, resgatando aquilo que um povo
tem de melhor a oferecer: a sua cultura.
Mas, enquanto tal não acontece,
deixaremos esse pequeno contributo com a expectativa de que vários outros
aconteçam para que homens da estatura de Carlos Gomes tenham reconhecido o seu
enorme mérito; e que nós, brasileiros, tenhamos cada vez mais motivos para nos
orgulharmos daquilo que a nossa gente é capaz de criar.
São
Paulo, 04 de março de 2015.
Lettré, l´art et la Culture. Rio de Janeiro, Verão de 2015.
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