terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Quem dera



Quem dera, Ícaro,
tuas asas não tivessem derretido
e o teu voo nos ensinasse
que há algum sentido.

Quem dera, Cartáfilo Errante,
que teus passos chegassem nalgum destino
e que o nosso andar não fosse apenas
o nosso destino.

Quem dera, Cavaleiro Andante,
que a tua sacra insanidade
decretasse o fim de toda mediocridade.
Quem dera, Santos Loucos,
que as tuas guerras tivessem derrotado
a árida realidade que nos apequena
nesse obscuro canto de cena.

E quem dera, Poeta, teus versos
fossem uma trilha sempre seguida
entre as cores e as dores da vida.



Produção e divulgação de Vera L. M. Teragosa.
Lettre la Art et la Culture

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