sábado, 5 de junho de 2010

A Mulher Russa

Porque a solidão não tem idioma
e a saudade não pede diploma,
ressinto que só te sinto
nesse meu tempo quase extinto.

Agora toda maldade é insincera
e inútil ante tua Primavera.
Doce russa mulher,
fogo e paixão que requer
solidez de carvalho
e abandono de orvalho.

Em quais esquinas,
encontraram-se nossas sinas?
Arcano dos deuses,
além do oráculo de Elêusis.

E no entanto
meu doce acalanto,
eu sei que não estamos sós.
Há luz, trinta mil quilometros após.

Um comentário:

  1. Fábio,

    Belíssima poesia onde destaco a última estrofe que é de uma profundidade de sentimentos ímpar:

    "E no entanto
    meu doce acalanto,
    eu sei que não estamos sós.
    Há luz, trinta mil quilometros após. "

    Beijos

    Flávia Flor

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